quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Contentamento, a chave para o equilibrio


Longe do complexo de Poliana na qual nos tornamos uns iludidos achando que está tudo bem.

A arte do contentamento está em usar qualquer situação, seja boa ou ruim, para progredir. Pois independente do que aconteça, o que importa é aquilo que você faz com o que aconteceu.

Se você gostar ou não gostar, se ficar bravo ou calmo, feliz ou infeliz, nenhuma destas sensações ou emoções irá mudar o fato de que aquilo aconteceu, mas podem afetar decisivamente a forma como você reagiu. Melhorando ou piorando a situação.


SANTOSHA ~
O contentamento é a capacidade de sempre extrair uma plenitude de alegria daquilo que se tem e daquilo que se é, sem que nenhuma provação exterior, nem qualquer dificuldade interior possa nos tirar a serenidade. Deve apreciar aquilo que tem, encontrar o bastante no pouco que possui. Do mesmo modo que para se preservar dos espinhos basta calçar sapatos, sem que seja necessário atapetar todo o solo com couro, assim é pelo contentamento que se atinge a felicidade, e não pensando: "serei feliz quando obtiver aquilo que desejo", pois os desejos não têm fim. Pelo contentatmento, cria-se dentro de si uma chama de beatitude que irradia e influencia tudo que o rodeia. Esse contentamento não deve sucumbir diante de qualquer contrariedade, e requer uma igualdade de espírito no sucesso e no fracasso.
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Essas filosofias orientais ensinam que, embora o mundo exterior nos dê prazer e alegria, é possível acessar níveis mais profundos e duradouros de felicidade. A principal receita para isso é depender cada vez menos de pessoas e circunstâncias. “Quando baseamos nossa felicidade apenas no que está fora, ela rapidamente pode se tornar infelicidade".

O caminho para ser feliz está dentro de cada um de nós e nada tem a ver com os fatos bons ou maus da vida. “Ser feliz é nossa verdadeira essência. Precisamos lembrar disso mil vezes ao dia. Assim como escavamos a terra para encontrar água, podemos desbastar as camadas de nosso ser até acessarmos esse tesouro a nossa espera”, diz o monge indiano Sunirmalananda
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lótus de alma


No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.

Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.

Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.

Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.

Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.


Rabindranath Tagore